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terça-feira, junho 05, 2012

O diário do Che


diário do Che - O Diário de campanha do "Che" Guevara ficará como um dos livros mais fascinantes do nosso tempo.

Cuba prestou homenagem ao mítico guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara no 83º aniversário de seu nascimento, com a publicação, nesta terça-feira (14), de um diário inédito que relata passagens de sua vida e da luta que levou ao poder Fidel Castro, em 1959. 
O Che "nos faz falta em Cuba, com sua capacidade de trabalho, de planejar, de convencer as pessoas. Lembramos que, em três anos, inaugurou mais de 30 fábricas e projetava outras 30", disse Oscar Fernández Mell, quem o acompanhou como médico e guerrilheiro durante toda a campanha em Cuba e no Congo (1965).

Fernández Mell, de 80 anos, recordou que a época em que Che foi presidente do Banco Nacional — nos primeiros cinco anos da revolução — foi a "mais frutífera e gloriosa" da instituição.

A pesquisadora María del Carmen Ariet explicou que Guevara foi um forte crítico dos países do bloco soviético, conforme o refletido no livro "Apuntes Críticos a la economía política", publicado em 2006.

O presidente de Cuba, Raúl Castro, quem substitui o irmão Fidel, desde julho de 2006, impulsiona um programa de reformas para tornar eficiente o esgotado modelo econômico cubano, de inspiração soviética, tentando descentralizá-lo e terminar com o paternalismo estatal.
O diário, publicado pela editora australiana Ocean Press/Ocean Sur, é encerrado com a batalla de Santa Clara (280 km a leste de Havana) no final de dezembro de 1958. Fernández Mell aproveitou para refutar o que chamou de "desvio" histórico, que atribui a Guevara "centenas" de fuzilamentos de militares e policiais da ditadura de Fulgencio Batista (1952-58) na fortaleza de Cabaña, em 1959, depois do triunfo da revolução.
O livro foi preparado pelo Centro de Estudos Che Guevara.

Fonte: Zero Hora

Importância do registro

A frase “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás” caberia hoje em um Twiter e muito já diria da personalidade do argentino Ernesto Che Guevara. O Che se tornou mito porque, mesmo pegando em armas e até matando, tinha sensibilidade social e viveu por um mundo que considerava melhor, desprendido de bens materiais e até da família. Mesmo quem tem ojeriza pelos seus métodos violentos não duvida: o contexto faz o homem, e o “homem novo”, o ser humano ideal do Che, vivia em meio à Guerra Fria, entre dois mundos armados até os dentes.

Sejam quais fossem seus métodos e até seus pouco rígidos hábitos de higiene, ele se tornou herói de uma juventude porque queria o bem. Enfim, o “Hay que endurecer...”, que aparentemente poderia ser lido como uma contradição, ficou consagrado como a síntese de uma personalidade complexa.

Por ora, o diário mais conhecido do Che trata das suas andanças pela Bolívia, onde morreu, em 9 de outubro de 1967, executado por um militar boliviano um dia depois de ter sido capturado.

De forma fragmentada, também, Che publicou o livro Guerra de Guerrilhas (uma espécie de manual sobre táticas guerrilheiras), em 1960, e Passagens da Guerra Revolucionária, em 1963. Com o Diario de un Combatiente, um Che real mais consolidado sairá da mata cerrada de Sierra Maestra, mostrando quem foi o médico idealista que embarcou com Fidel e outros 80 homens no barco Granma em 1956 e se enfurnou na mata até 1º de janeiro de 1959, o dia da Revolução. Bom para a história. Bom para desvendar o mito.

leo gerchmann@zerohora.com.br
LEO GERCHMANN

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